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Umuarama: Curso prepara professor para ser cientista em sala de aula
Publicado em: 08/06/2011 às 17:19
Promovido pelo curso de Pedagogia, reuniu professores da Unipar e de escolas da região
Estudantes e professores da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Umuarama, e de outras instituições de ensino tiveram um encontro animado com a ciência, que aconteceu durante o curso ‘Cientista Divertido: Aprendendo Diversas Experiências no Dia a Dia da Sala de Aula’, ministrado pela professora do curso de Pedagogia, Vivianne Simões (entre 9/4 e 28/4).
Trata-se de um projeto de ensino que contempla uma das disciplinas do curso de Pedagogia. As inscrições foram abertas para estudantes e professores da Unipar e outras instituições de ensino. Muitos professores da rede municipal participaram”, informa a docente. “O objetivo foi levá-los a aprender e desenvolver habilidades para ‘serem cientistas’ em sala de aula, aprimorando assim os métodos de ensino”, emenda.
O curso reuniu a turma aos sábados, no auditório do Campus Tiradentes; houve também aulas on-line via ferramenta moodle no site da Unipar. Natureza e sociedade, pedagogia de projetos, práticas sobre os lugares e suas paisagens, práticas sobre os seres vivos, práticas sobre os fenômenos da natureza e abordagens para diferentes faixas etárias foram os assuntos tratados no projeto.
Na primeira aula, a professora conta que trabalhou a parte teórica do mundo onde a criança está inserida: “O homem sempre buscou respostas para os acontecimentos à sua volta. Observava as estrelas, a chuva, o sol, a lua, os ventos... queria as respostas para os fenômenos, fossem eles naturais ou não. Então, levamos os participantes a refletir sobre isso”, explica.
Ela enfatiza ainda que, além destes fatores, a necessidade de melhorar a existência fazia com que o homem procurasse diferentes maneiras de caçar, pescar e se relacionar com seu universo: “Desde a antiguidade, a curiosidade e a observação são inerentes ao homem. Este desejo de descobrir, experimentar, entender, argumentar faz parte da natureza do homem desde criança e, isso, tem que ser preservado”.
Ratificando a importância desta reflexão, ela lembra que, com o passar do tempo, o homem vai perdendo a sua curiosidade científica de investigar e saber o porquê das coisas. “O mundo em que vivemos é constituído por um conjunto de fenômenos naturais e sociais dos mais variados, os quais têm ainda uma característica especial: são indissociáveis, o que significa que as relações complexas entre os fenômenos potencializam, ainda mais, sua complexidade e sequer nos preocupamos em descrevê-los, ou simplesmente não nos atemos a observá-los”, argumenta.
Estimular o interesse científico
Para a professora, é importante que os adultos, especialmente os professores, deem mais atenção e oportunidades de descobertas às crianças, para que possam manter o interesse científico: “Um dos caminhos é provocar atitudes curiosas e investigativas, incentivando-as a brincar de descobrir coisas, que pode ser experimentando materiais e construindo outros, montando e desmontando seus carrinhos e bicicletas, investigando o que há internamente nas baratas e sapos, observando com uma lente de aumento os diversos bichinhos nos jardins ou a textura das folhas de uma planta, misturando líquidos ou diluindo os lápis de cor para fazerem tintas, dentre outras ‘brincadeiras’ construtivas, como essas”.
Ela defende que é destas experiências que surgem os futuros químicos, físicos, engenheiros, biólogos, artistas: “Realizar experiências desafiadoras na infância promove uma postura mais entusiasmada da criança em relação à ciência. É claro que isso não quer dizer que uma infância sem atividades laborais comprometerá futuramente seu interesse pela ciência, mas, talvez, esse gosto possa surgir mais facilmente, estimulando-a a explorar e a descobrir o seu meio e, fundamentalmente, possibilitando uma compreensão importante sobre o conhecimento – que ele não é um produto acabado, é algo construído a partir da procura do ser humano por respostas aos seus questionamentos, às suas curiosidades e dúvidas”.
Quanto ao efeito do curso, Vivianne se diz satisfeita: “Os resultados foram ótimos, pois, todos os estudantes se integraram nas atividades, aprendendo mais sobre experiências de ciências”. Segundo ela, as experiências são atividades que na prática facilitam a compreensão dos conteúdos e muitos profissionais não trabalham por não terem conhecimento.
“Nesse curso, mostramos a importância de se utilizar as experiências no dia a dia, utilizando material simples, fácil de obter e que podem ser preparados pelos próprios professores”.