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Toledo: Projeto Ama realiza atividade de integração em colégio
Publicado em: 02/06/2011 às 16:03
Atletas se apresentaram aos alunos e promoveram partida de badminton adaptado
Atletas integrantes da equipe de badminton adaptado do Ama (Atividades Motoras Adaptadas), projeto de extensão do curso de Educação Física da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Toledo, realizaram sua primeira apresentação do ano no Colégio Municipal Morais Rego, no município (em 17/5). Integração, descobertas e troca de experiências marcaram o evento. Cerca de 100 alunos participaram.
Coordenado pela professora Aline Miranda Strapasson, o projeto promove e facilita a inclusão da pessoa com deficiência através das atividades motoras adaptadas e dos esportes adaptados propostos, bem como articula a teoria e a prática, ampliando a área de atuação dos estudantes de Educação Física, além de ofertar as modalidades de handebol em cadeira de rodas, badminton adaptado, tênis de mesa, atividades aquáticas e atividades físicas.
Os atletas Breno Eduardo Johann, Leonardo Arthur Zuffo, Jaime Augusto Reis, Paulo Franco, Vanderléia Gimenez Ferreira e Diogo Wagner, todos deficientes físicos, acompanhados dos monitores Fábio Bento dos Santos e Jefferson Machineski, fizeram a alegria dos alunos do colégio, esclarecendo dúvidas e promovendo uma partida de badminton adaptado.
“O objetivo da apresentação foi mostrar aos alunos que pessoas com deficiência física também podem participar de esportes, sendo eles adaptados ou não”, explica a professora Aline Strapasson. “Todos os alunos tiveram a oportunidade de participar da atividade, realizada no ginásio de esportes. Eles entraram em quadra e jogaram contra nossos para-atletas”, emenda.
Ainda segundo a professora, a curiosidade dos estudantes pôde ser sanada por meio das conversas promovidas e observações. “Essa prática demonstrou a importância de levarmos o projeto às ruas. Assim, divulgamos nosso trabalho e proporcionamos uma visão diferenciada do esporte e das pessoas, dos limites e das possibilidades, do respeito à individualidade e da persistência que deve existir em todas as condições do ser humano”, destaca Aline Strapasson. “O Projeto AMA nos enche de orgulho e inspiração”, ratifica.
A professora adianta que mais atividades estão previstas, mas sem data definida. Um dos locais será no Sesc, na semana do excepcional em agosto e algumas escolas do município..
O projeto
Iniciado em 1999 em Umuarama, foi estendido à Toledo no ano seguinte, oferecendo à comunidade toledense e região a oportunidade de praticar atividades físicas, esportivas e recreativas adaptadas. Inicialmente o projeto começou ofertando atividades aquáticas para deficientes mentais e o tênis de mesa para deficientes físicos. Em 2002 foi implantado judô e goalball, para deficientes visuais, e o xadrez adaptado. Em 2005, com o término da construção do ginásio de esportes, foi implantado o handebol em cadeira de rodas (HCR), cuja proposta de adaptação foi gestada no âmbito do projeto. “Nos dias de hoje a modalidade é conhecida e praticada em nível internacional”, informa a coordenadora do projeto em Toledo, professora Aline Miranda Strapasson.
Segundo a professora, a implantação do ginásio também propiciou o desenvolvimento da capoeira adaptada, do maculelê e da dança em cadeira de rodas. Em 2007, o projeto deu início a atividades de estimulação precoce com bebês portadores de síndrome de down, atividades recreativas com surdos e com transtornos mentais. Em 2010, incluiu-se o badminton adaptado. Hoje, o projeto oferta as modalidades de handebol em cadeira de rodas, badminton adaptado, tênis de mesa, atividades aquáticas e atividades físicas. “As atividades são gratuitas e realizadas no Campus II. Todas são acompanhadas por professores e estudantes treinados para o atendimento dos participantes”, ressalta Aline Strapasson.
A professora ainda explica que os estudantes de Educação Física participam de forma ativa do projeto. “São 40 estudantes e 4 professores envolvidos. Nossos alunos podem aliar teoria à prática e atuam desenvolvendo o trabalho de professores, treinadores e/ou acompanhantes dos nossos participantes”, destaca.
Cerca de 150 pessoas participam e encontram no projeto oportunidades de melhorar a qualidade de vida, praticando esporte. “Qualquer pessoa portadora de deficiência da comunidade pode participar. Atendemos a partir dos 8 meses de idade”, informa Aline Strapasson.
O projeto também atende entidades da cidade. A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), a Apada (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos) e o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) são algumas das beneficiadas. “Eles são avisados no inicio do ano sobre as atividades e horários e enviam seus alunos”, explica Aline Strapasson. Além destas, o projeto ainda conta com a parceria da Atacar (Associação Toledana de Atletas em Cadeiras de Rodas), da ADFT (Associação de Deficientes Físicos de Toledo) e com a Clínica Escola de Fisioterapia da Unipar, que encaminham atletas e pacientes para as atividades.
Participações em competições também fazem parte das atividades. “A equipe de handebol em cadeira de rodas (HCR) e o badminton adaptado já competem e vamos começar com o tênis de mesa. A equipe de Handebol em Cadeira de Rodas (HCR) é atual campeão Brasileira no HCR4 Four misto, HCR4 Feminino e HCR7, possui 4 atletas convocados para a Seleção Brasileira de HCR além de parte da comissão técnica. O badminton adaptado poderá fazer parte das Paraolimpíadas 2016 no Rio de Janeiro; se for, teremos atletas para fazer parte da Seleção Brasileira”, orgulha-se a coordenadora. “O atleta Jaime Augusto Reis, participante do 1º Campeonato Pan-Americano de Parabadminton 2010, trouxe duas medalhas, sendo uma de segundo lugar na dupla e uma de terceiro lugar na individual. Lembrando que esse atleta faz uso de cadeira de rodas”, emenda.
Para completar, o Ama ainda recebe visitas de escolas e universidades interessadas em conhecer o que é feito e é convidado a participar de abertura de eventos e apresentações como jogos e congressos. “Todos os participantes adoram estar incluídos nas atividades propostas e ficam muito ansiosos quando estamos de férias”, comenda a professora. “Este projeto apresenta grande repercussão e divulgação, demonstrando o compromisso da Universidade com a comunidade, configurando-se como uma das principais ações de responsabilidade social da Instituição. É um projeto que nos enche de orgulho e nos motiva a continuar na profissão, afinal, ser professora só é bom quando os alunos querem aprender e os nossos alunos deficientes adoram aprender conosco. Eles são demais”, exclama.