Você está aqui: Notícias > Projeto de Odontologia viabiliza criação de pomada anestésica
Projeto de Odontologia viabiliza criação de pomada anestésica
Publicado em: 23/03/2011 às 15:53
Planta amazônica foi utilizada para desenvolver o produto, que reduz o desconforto da introdução da agulha
Incentivo à pesquisa científica é um dos pontos fortes da Universidade Paranaense – Unipar. No último ano, acadêmicos do curso de Odontologia concluíram o projeto de desenvolvimento de uma pomada anestésica à base de Acmella oleracea. Aprovado pela CAPP, trabalho foi realizado em parceria com o curso de Farmácia de Umuarama.
A ideia da pesquisa partiu do recém-formado cirurgião-dentista Sandro Revay, quando estava no 2º ano da graduação. Ele morou algum tempo na Amazônia e percebeu que a comunidade local usava a planta para amenizar a dor de dente.
O tema despertou sua curiosidade sobre a sensação anestésica causada pelo contato da planta com a mucosa bucal, a qual ele conhecia desde a pré-adolescência. “É algo maravilhoso, uma realização pessoal e profissional que me faz perceber que com esforço tudo é possível, basta lutar por seus objetivos”.
Com Revay, participaram do estudo os acadêmicos de Odontologia Isabella Rotta, também integrante do PIC (Programa de Iniciação Científica), e Lucas Cerruti, do Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica). Do curso de Farmácia participaram a estudante Denise Uchida e as professoras Fabiana Ferreira e Zilda Gazim.
O idealizador da pesquisa conta que a pomada é feita de um condimento chamado jambú, muito conhecido naquela região, sendo componente de pratos típicos, como o tacacá e o pato no tucupí. Ele explica que, a princípio, a pomada serve para minimizar o desconforto da introdução da agulha na mucosa bucal quando há necessidade de anestesiar um paciente.
“Foram basicamente dois anos de pesquisa”, diz a professora orientadora Daniela Boleta. “Como a parceria teve resultados promissores, em 2011 continuaremos na mesma linha de pesquisa, analisando outra planta amazônica”, informa.
Sobre os métodos utilizados, a professora conta que a mucosa bucal dos voluntários foi seca e os agentes anestésicos foram aplicados: “Uma agulha curta foi inserida no sulco vestibular acima da eminência canina e imediatamente removida. A medida de dor foi feita através de uma escala analógica visual e pela variação da frequência cardíaca”.