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NOTÍCIA

Cianorte: Moda promove 3º Unipar Fashion Days

Publicado em: 21/12/2010 às 14:00

Estudantes buscaram referências em nomes consagrados da pintura. O resultado foi figurinos impecáveis, atraentes e arrojados

Peças apresentadas no desfile ‘A arte necessária’
O diretor de cinema Tim Burton foi um dos homenageados no desfile ‘Burtonland’
Peça inspirada no designer Marc Jacobs
Peças apresentadas no desfile ‘Do caos a beleza’
O estilo retrô também esteve presente nos desfiles ‘Frenesi’ e ‘Arte Melindrosa’
Peças dos desfiles ‘Gottic Lollitas’ e ‘Ballet’
Peças representando incêndios florestais e cinzas vulcânicas
A noiva ao estilo do cineasta Tim Burton
Pintores contemporâneos foram homenageados nos desfiles
Peças que se transformavam encantaram no desfile ‘Catástrofe: do caos à beleza’
Peças apresentadas nos desfiles ‘Corais Marinhos’ e ‘Área 51’
Modelos inovadores encantaram aos presentes
Peças representando poluição e tempestades elétricas
Peças ficaram a cargo dos estudantes do curso
Peças ficaram a cargo dos estudantes do curso
Modelos encantaram o público

Incentivar o surgimento de novos talentos, promover as criações dos estudantes e interagir com a alta costura. Essas são as propostas do Unipar Fashion Days, realizado pelo Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Cianorte.

Idealizado pelo professor das disciplinas de Desenho, Execução de Produto, Laboratório de Criação e Pesquisa-Gestor de Moda, ex-aluno do curso, especialista em Educação Superior e Marketing de Moda e mestrando em Design, Marcos Lima, com coordenação geral da diretora Campus, professora doutora Miriam Fecchio Chueiri, e da coordenadora do curso, professora Márcia Ruiz, a terceira edição do evento realizado na cidade ‘capital do vestuário’ buscou também projetar a moda regional e solidificar-se como cultura (entre 3 a 5/11).

Na abertura, a coordenadora do curso, professora Márcia Ruiz, apresentou à plateia os temas propostos: ‘A arte necessária’ e ‘Catástrofes: Da beleza ao caos’. Em seguida, foi a vez da diretora do Campus, professora Miriam Fecchio Chueiri, falar ao público: “Esse curso sempre me surpreende. Todos os projetos que desenvolve têm um resultado magnífico”, ressaltou. O desfile do 1º ano, ‘A arte necessária’, que abriu o evento, trouxe releituras de famosas obras, diferentes tendências e a particularidade de cada pintor e design homenageado. Propostas diferentes de tecido também foram a marca. ‘Failet’, ‘gorgurão’, ‘cânhamo’ foram alguns dos escolhidos, bem como técnicas como ‘matelassê’ e tingimentos manuais.

‘Catástrofe: do caos à beleza’, este a cargo do 2º ano, teve em seus looks, que representavam as transformações da natureza e também se transformavam, o seu ponto alto. Formas de vulcão, abordagens simples e diretas, erupções vulcânicas, derretimento de capotas polares, atentado do 11 de setembro e enchentes foram abordados.

Novidades e tendências também abrilhantaram as noites. “O estilo retrô, por exemplo, esteve presente em ‘Arte Melindrosa’ e ‘Frenesi’. Já o movimento Lady Like com suas cores delicadas e com tecidos nobres teve seu ápice no desfile ‘Ballet’, enquanto que em ‘Moulin Rouge’, a tendência ‘New Lollita’ ganhou vez em formas corseletadas. Além desses, o estilo ‘Dark’ chamou a atenção na coleção ‘Gottic Lollitas’, misturando o estilo ‘Rocker’ com a tendência do ‘Verão New Lollitas’, o que resultou em peças contrastantes e com uma pegada super inovadora e contemporânea”, explica Marcos Lima.

Os desfiles ‘Burtonland’ e ‘Barbarella’, também fez brilhar os olhos de quem prestigiava. O designer Henrique Fantti homenageou o diretor de cinema Tim Burton com uma coleção que trouxe para a passarelas elementos que o deixaram conhecido mundialmente. Com uma cantora ao vivo interpretando ‘Bad Romance’ de Lady Gaga a apresentação foi a mais aplaudida. Já o desfile ‘Barbarena’ foi realizado nos mais altos padrões de qualidade. “Me senti em um desfile de alta costura. Esse desfile (Barbarena) não ficou devendo em nada aos que são realizados no São Paulo Fashion Week ou no Fashion Rio ” disse Luis Guilherme Ribeiro Caetano, estilista da grife Laços e Tiras.

As coleções confeccionadas pelo 3º ano para os TCC’s (trabalho de conclusão de curso) também foram um destaque à parte. Modelos inovadores e belíssimos encantaram os presentes. Os desfiles intitulados ‘Área 51’, ‘Joanna D’ Arc’, ‘New Hippie’ e ‘Corais Marinhos’ fecharam o evento com chave de ouro. Para os formandos, o evento também é uma oportunidade de mostrarem o quanto estão prontos para o mercado de trabalho. “Estamos plenamente voltados para execução de projetos de maneira interdisciplinar; além das aulas, os professores estão disponíveis para o estudante. Claro que tem mais respostas quem faz mais perguntas. Não há um projeto interdisciplinar formal, há colaboração interna e isso é suficiente, além do que se entende que é preciso reproduzir o ambiente da confecção. E o projeto é todo um ensaio da vida real, ou seja, do que vão encontrar no mercado de trabalho. E quanto a isso o corpo docente está tranqüilo. O que nos preocupa é não termos um mercado de trabalho pronto para eles”, enfatiza o professor Marcos de Lima. Segundo o docente, todos foram além de suas metas: “Criaram marcas, investigaram público-alvo reais, organizaram campanhas de marketing, estabeleceram padrões para atendimento nas lojas ou sistema de vendas escolhido e fizeram plano de negócios. Também desenvolveram suas coleções com tema a sua escolha, desenharam, modelaram, costuraram, correram atrás de um casting de modelos, maquiagem, fotografia, acessórios, trilha sonora, convites e buscaram patrocínio”. A mostra, frisa o professor, foi marcada pelo crescimento intelectual dos alunos, tanto nas questões de conceito, como na qualidade da execução dos looks, na maquiagem e na produção dos catálogos comerciais, este mais um dos diferenciais.

O Evento

Segundo o professor, o evento surgiu da necessidade de concentrar numa só data a mostra de trabalhos acadêmicos, visto que o Unipar Fashion Days é multidisciplinar e o único aberto à comunidade. A turma do 1º ano foi desafiada a procurar referências de arte em diversos nomes da pintura (arte visual). Van Gogh, Rometo Brito, Frida Kahlo, Diego Rivera, Picasso, Os Gêmeos, Klimt, Tamara de Lempicka, Tarsila do Amaral, Portinari e muitos outros foram dissecados pelos estudantes na busca de um elemento que se comunicasse com sua emoção, sua interpretação. “Livres de qualquer tipo de limitação, elaboraram alguns croquis com suas idéias e, destas, buscaram uma para execução do trabalho, claro, atentando para questões da execução, do make, etc.”, diz.

Os alunos do 2º ano, com supervisão da professora Amanda Vatras, abordaram os fenômenos naturais. A definição dessa temática se deu pela constância com que ela esteve na mídia nos últimos tempos. Facetá-la, porém, "da beleza ao caos", possibilitou que não só os fenômenos catastróficos fossem tidos como subtemas: “Tivemos criações embasadas em arco-íris de fogo, nuvens mammatus, buracos azuis, aurora boreal, eclipse lunar e o movimento das marés que enfatizaram o belo. O caos, devido sua emergência, talvez tenha sido o mais lembrado com seus danos e até mesmo mortes, representado neste caso, por tempestades, raios, chuvas de granizo, chuvas ácidas, erupções vulcânicas, terremotos, tsunamis, dentre outros”, conta Marcos Lima.

Ele explica ainda que ao terceiro ano coube a liberdade de escolha dos temas, “pois o TCC é uma aproximação de ideia que temos de moda autoral”, diz, ressaltando que como a maioria dos alunos já está empregada, eles acabam imersos no trabalho para atender o mercado (criação comercial) e acabam inibindo sua identidade em detrimento da necessidade de vender. “Por isso, são orientados, como sempre digo, a aproveitar a oportunidade de “aloprar” e exteriorizar na execução de sua coleção aquilo que gostaria de fazer se fosse o dono de uma marca”. O trabalho ainda envolve uma parte escrita, teórica muito ampla que envolve a concepção de uma empresa, marca, logomarca, plano de negócio, desenho da coleção, plano de marketing, plano de mídia e custos.

Quanto aos resultados, ele se diz satisfeito e muito feliz. “Acreditamos que tudo deu certo no evento, está tudo planejadinho, embora ele é só a pontinha do iceberg; e a nosso objetivo, que começa nesse evento, é continuar colocando no mercado alunos e ex-alunos que são pensantes, críticos, produtivos, inovadores, cultos, preparados sobretudo para uma vida que vai além do chão de fábrica, ou seja, algo que possa elevar-nos... dizemos isso assim mesmo, no plural, ao status de cidade que cresce, que se desenvolve, que produz cultura, bem-estar, moda e não apenas confecção de roupa”, diz.

Reconhecimento O Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda têm trabalhado duro e angariado bons resultados. Recentemente conseguiu prestigio nacional ao conquistar a 10ª edição do prêmio do Dragão Fashion com a coleção “Yes, nós temos banana”.

O Unipar Fashion Days também já se tornou tradicional e se consagra no cenário da moda regional e até nacional. “Não só mostrar o trabalho que é desenvolvido por gente que é da comunidade, mas também aos poucos imergir a população ainda mais na cultura da moda, criar uma tradição de desfiles legais fazendo com que a comunidade espere pelo evento, conhecendo a origem e a trajetória de designers (criadores) que serão importantes para a moda não só de Cianorte, mas do Paraná e quiçá do Brasil no futuro”, ressalta o professor Marcos Lima.

“Por enquanto percebemos somente a evolução teórico-conceitual, o reflexo ou realidade do nosso tempo é percebido pelo estudante numa proporção maior do que para maioria das pessoas, contudo, como em qualquer outra área, acreditamos que estamos num nicho do tempo que compreende a transição da fase da saída do estado leigo, para o entendimento as descobertas e a ciência, migrando para uma última etapa que é a de implantação da nova cultura”, completa.

Projetos

Os anseios em proporcionar uma formação de qualidade aos estudantes do curso se refletem nos projetos desenvolvidos e planos para o futuro.

“Sempre há projetos novos. Na tutela da nossa coordenadora professora Márcia Ruiz, temos como premissa da profissão de educadores, eu e todo corpo docente do nosso curso, observar a necessidade da nossa cidade e inserir conteúdos novos, frescos, contemporizando os pré-requisitos formais da educação superior de moda com o mercado. Planejamos em ensaiar uma empresa júnior, para simular o ambiente da empresa objetivando prepará-los mais intensamente para o ingresso no mercado”, informa Marcos Lima.

Ele ressalta que é necessário também dar noções de áreas afins da moda, que não estão diretamente ligadas a planejamento e execução de produto. “Como uma turma vem com característica muito diferente da outra, só repetimos uma ação de uma para outra, quando é muito importante. Cada turma um desafio diferente, em geral maior do que da anterior”, diz.

Informações de apoio: site ‘Portais da Moda’ // fotos Danusa Pasqual

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