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Cascavel: Simpósio mostra o papel do psicólogo nas organizações
Publicado em: 13/12/2010 às 16:30
O professor doutor Dinael de Campos mostrou a evolução da Psicologia e propôs o resgate de valores humanos na era do espetáculo
O curso de Psicologia da Universidade Paranaense – Unipar convidou para palestrar no 9º Simpósio o professor doutor Dinael Côrrea de Campos, que falou sobre a importância de resgatar o sujeito. Ele ressaltou consequências da era do vazio e do espetáculo, propondo repensar valores, resgatar questões éticas, entusiasmo e temor a Deus.
“É essencial o resgate da psique, isso é ser humano”, disse, acentuando que o mal estar na civilização vem de situações como filhos matando pais e pais violentando crianças. “O homem é o lobo do homem”, citou Thomas Hobbes.
O professor abriu o discurso enaltecendo pensamento de Marcel Proust: “A verdadeira viagem não está em sair à procura de novas paisagens, mas em possuir novos olhos”. Autor do livro ‘Atuando em Psicologia do Trabalho, Psicologia Organizacional e Recursos Humanos’, Campos pontuou sobre a condição humana nas organizações e o papel do psicólogo.
Segundo afirma, a Psicologia do trabalho visa promover a saúde do trabalhador e sua satisfação em relação ao trabalho: “Nos vemos obrigados a buscar respostas na área de Saúde Mental, Psicologia Social, de Administração, de Ergonomia e de outras áreas, a fim de responder às questões que nos são apresentadas no cotidiano”.
E complementa: “Executivos podem, por algum tempo, deixar de lado seu papel gerencial para se tornarem observadores, analistas e críticos”.
Ao lembrar as fases da Psicologia do trabalho, ressaltou: “Precisamos aprender que a administração não é fruto de uma sequência não histórica de descobertas de técnicas de gestão, mas se acha delimitada pelas mudanças socioeconômicas e pelos impactos destas nas diversas organizações”.
Durante a palestra, comentou a evolução teórico-prática da Psicologia do trabalho, cuja prática da Psicologia industrial resumia-se à seleção e à colocação profissional – baseada em testes. Outro pressuposto foi a ‘lei da fadiga’, que procurava naquela época, determinar cientificamente o limite do esforço para medir as quotas de produção dos empregados.
De acordo com o professor, em 1924, Relações Humanas era que os fatores humanos influenciavam a produção. “Eles afirmavam que ao lado da organização formal, estruturada pelas técnicas tayloristas de prescrição da execução do trabalho, existe a organização informal, baseada nas relações de grupo, capazes de alterar os resultados da produção”.
O professor explica que a Psicologia organizacional surgiu à medida que os psicólogos deixaram de estudar apenas os postos de trabalho para contribuir também na discussão das estruturas da organização: “Eles satisfazem a todas as possíveis necessidades físicas e deixam as psicológicas – responsabilidade, orgulho pela profissão, status e senso de utilidade social – ainda insatisfeitas”.
Na terceira fase da Psicologia do trabalho, a obsessão pela produtividade cede lugar para uma compreensão mais próxima do homem que trabalha. “É importante em nossa atuação que saibamos que teorias, conceitos e atividades gerados em outros campos do saber são relevantes à construção de uma visão mais ampla do homem que trabalha e do trabalho do homem”, frisou.
Segundo estatísticas, a Psicologia do trabalho é a segunda ocupação dos psicólogos brasileiros e engloba atividades de seleção e colocação de pessoal, planejamento de recursos humanos, treinamento de pessoal, desenvolvimento de recursos humanos, avaliação de desempenho, saúde mental no trabalho, plano de cargos e salários, condições de trabalho, mudança e análise das organizações, ensino, pesquisa e gerência.