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Cianorte: Projeto de Educação Física coloca a criançada nas alturas

Publicado em: 26/11/2010 às 14:40

A ‘Escolinha de Tecido’ oportuniza a vivência de técnica circense e trabalha equilíbrio e confiança

Projeto ensina prática do tecido circense a crianças
Estudantes de Educação Física acompanham e orientam atividades
Projeto coloca os pequenos ‘nas alturas’
Crianças participantes do projeto

A magia da ginástica, das acrobacias e movimentos e dos ginastas ‘voando’ em suas performances tomou conta da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Cianorte. Sob supervisão da professora Paula Marroni, estudantes de Educação Física colocaram a criançada nas alturas com a ‘Escolinha de Tecido’.

O trabalho está vinculado ao projeto de extensão Grupo de Ginástica da Unipar e ao projeto de pesquisa ‘Tecido Circense: Estudo da influência de um programa de intervenção no desenvolvimento motor, ansiedade e percepção de competência de crianças’. Para desenvolvimento da ‘Escolinha de Tecido’, os estudantes monitores participaram de aulas preparatórias para aplicação de testes, praticando a atividade no tecido circense para as aulas do projeto piloto.

“O objetivo da escolinha é oportunizar à comunidade a vivência da prática no tecido circense”, explica a professora Paula Marroni, praticante há oito anos desta modalidade, professora há seis anos. “Também estudo tal prática em meu mestrado em Educação Física”, informa.

A primeira etapa do projeto já foi realizada com a participação de 25 crianças da Escola Cecília Sato, ligado ao projeto de pesquisa que norteia as atividades. As aulas foram ministradas entre no mês passado e neste. Para participação, os pequenos precisavam ter entre sete e dez anos de idade.

“As atividades eram um processo de iniciação chamado adaptação ao meio aéreo, permeado por brincadeiras, imitações de personagens como o Tarzan, adaptações no tecido para fazer balanços, casulos e atividades que preparem a criança para as necessidades do tecido: equilíbrio, confiança, agilidade, técnicas de subidas e descidas e preparação para desenvolvimento de técnicas futuras”, ressalta Paula Marroni.

De acordo com a docente, o projeto já está aprovado para o próximo ano. “Em 2011 as vagas serão disponibilizadas a partir de fevereiro, quando serão divulgados o horário e dias das aulas, bem como os documentos necessários para fazer parte da intervenção, com a devida autorização dos pais. Será indispensável a participação dos pais em duas reuniões, uma no início e uma ao fim do projeto, e esta presença também será considerada um pré-requisito na inscrição das crianças”, adianta.

Tecido Circense

O tecido circense possui uma raiz histórica pouco conhecida. Porém sua grande difusão se deu com o advento do Circo Contemporâneo, da mesma forma que outras artes aéreas. A definição de tecido circense também não é um consenso. Citando Guzzo, Rodrigues e Silva, 2003, a professora Paula Marroni explica que se trata de um grande pano, dobrado ao meio e fixado a uma estrutura de altura variada deixando as duas pontas soltas ao solo, pelo qual o acrobata sobe e realiza sua performance amarrando-se, enrolando-se, girando.

Segundo a docente, mesmo que realizada em grupos ou pares, o tecido circense é uma atividade que requer um amplo esforço individual e que possibilita um grande conhecimento corporal.

Ainda de acordo com Paula Marroni, uma das variáveis que afetam o aprendizado pode se referir às dificuldades de movimento. “As dificuldades, quando diagnosticadas no início de um processo de aprendizagem, podem ser fator determinante na maneira como o professor vai planejar seu programa de instrução para os jovens”, declara. Citando Henderson e Sudgen (1992), Paula diz que desde o início do século passado, médicos e professores estão cientes de que dificuldades no movimento são problemas significativos em crianças. Em geral, baterias de testes são criadas na tentativa de identificar mais eficientemente estas dificuldades motoras.

”Além das dificuldades na aprendizagem, fatores psicológicos podem ser intervenientes neste processo. A percepção de competência é uma delas”, informa Paula Marroni. Ela explica que Harter (1984) afirma que a percepção de competência aponta os sentimentos que a criança possui em relação a si mesma e os rótulos que ela se coloca em comparação com a sociedade. Para crianças menores de oito anos, existem escalas de percepção de competência específicas, com desenhos que apontam qual o sentimento que a criança possui e as considerações que faz de si mesma.

”Atividades físicas diferenciadas podem também contribuir neste processo. As artes circenses são atividades atualmente em voga, um tema presente na mídia, entretenimento, escolas e pesquisas. Isto se deve pela gama de possibilidades que o tema circo propõe em seu desenvolvimento. Existem propostas de inclusão do tema circo nas aulas de Artes e de Educação Física, considerando as capacidades físicas, sociais e cognitivas que o tema pode abranger, e o tecido circense é aqui apontado como uma possibilidade rica em abordagem tanto para a psicologia do esporte quanto para o desenvolvimento motor”, comenta a docente.

”Relacionando esta atividade mais especificamente com a Educação Física, observamos que a prática de tecido circense, fora do contexto próprio do circo, pode tomar diferentes rumos e abordagens, dependendo do interesse pessoal do praticante. Os objetivos podem se direcionar à artistas circenses, treinamento específico, circo de alto nível, grupos de dança, atividade física (definição muscular / saúde), bem-estar e a prática infantil”, explica. “A prática infantil é destacada neste estudo por se tratar de uma prática que pode possibilitar além de um novo conhecimento do corpo no ar, desenvolvimento de capacidades motoras e psicológicas”, emenda.

Para a professora, por se tratar de uma atividade prazerosa, porém com alto nível de desafio, a prática do tecido circense abrange desde crianças até adultos, considerando-se além de benefícios físicos, aspectos psicológicos e pessoais que aumentam a qualidade de vida e a autoestima do praticante. “O tecido circense pode ser apresentado até mesmo como um trabalho paralelo para atletas, por permitir momentos de livre criação e expressão corporal sem a preocupação de um rigor competitivo, porém não livre de habilidades necessárias para a competição. Sendo assim o tecido é uma prática que desenvolve elementos como técnica, concentração, força, equilíbrio, ritmo e agilidade, pré-requisitos para a prática de qualquer esporte”, afirma.

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